Esse livro apresenta um debate, a partir da psicanálise, acerca do sofrimento psíquico presente na experiência da maternidade, de modo amplo e não exclusivamente quando se configura uma psicopatologia. Propõe pensar a vivência da maternidade como contendo um potencial traumático, em razão de tudo que mobiliza psiquicamente, e discutir os apoios e ajudas significativos que a cultura precisa criar para acolher a mulher-mãe e assim favorecer uma experiência com menos riscos de adoecimentos psíquicos. Propõe o conceito de “metapsicologia da maternidade”, a partir da admissão de que há algo próprio da experiência de se tornar mãe, que inclui o choque, o arrebatamento, o assombro, uma regressão, a perda da identidade anterior e a reordenação de uma nova identidade, evento sempre processual e interminável.  Trata-se de um estudo que contribui para a atuação dos diversos profissionais que atendem e cuidam de mulheres-mães, refinando sua compreensão e escuta acerca dos sofrimentos referidos por elas. O estilo de escrita da autora permite que qualquer pessoa interessada no tema se beneficie com a leitura. Os resultados da pesquisa que deu origem ao livro evidenciam caminhos para a construção – sempre interminável – de uma mulher-mãe sob medida para si mesma, para aquele de quem ela cuida e para aquele núcleo familiar, com suas adequações e inadequações, mas também com possibilidade de reparações.